Homens armados disfarçados de militares matam ao menos 12 pessoas no Equador

Um grupo de homens disfarçados de militares assassinaram a tiros, na quinta-feira (17), pelo menos 12 pessoas durante uma rinha de galos em uma zona rural do Equador, informou a polícia nesta sexta (18).

Perto da meia-noite, os agressores armados com fuzis entraram em um local onde eram realizadas rinhas de galos e abriram fogo contra vários dos espectadores na comunidade de La Valencia, na divisa entre as províncias de Manabí e Santo Domingo de los Tsáchilas, no noroeste do país.

Várias pessoas ficaram feridas e estão sendo atendidas em hospitais próximos, disse na tarde desta sexta-feira o coronel da polícia Renán Miller Rivera, sem informar o número exato de vítimas.

Imagens de uma câmera de segurança que circulam nas redes sociais mostram um grupo de pelo menos cinco homens entrando no recinto e disparando com fuzis automáticos contra uma centena de pessoas que estavam no evento.

Os agressores estavam vestidos com réplicas de uniformes militares, uma tática comum entre as gangues do país. Os espectadores se jogaram no chão, e a maioria se abrigou debaixo das arquibancadas.

Em uma estrada próxima, as autoridades encontraram uniformes militares descartados e dois veículos abandonados, disse Rivera. Um dos automóveis estava carbonizado e o outro, capotado.

Até o momento, a polícia não identificou os autores do crime e ofereceu uma recompensa por informações que ajudem a esclarecer o massacre.

A violência do narcotráfico elevou a taxa de homicídios do Equador de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para 38 a cada 100 mil em 2024. No ano anterior, houve um pico histórico de 47 por 100 mil.

Manabí é uma das seis províncias equatorianas sob estado de exceção decretado pelo governo para enfrentar a violência do narcotráfico. O decreto foi renovado pelo presidente reeleito, Daniel Noboa, pouco antes do pleito ocorrido no último domingo (13) —o mandatário se reelegeu com uma ampla vantagem de 11 pontos percentuais sobre sua rival de esquerda, Luisa González.

Noboa declarou o país como “em conflito armado interno” em janeiro de 2024. Ele tenta eliminar a violência por meio de uma política linha-dura. Durante a campanha para a sua reeleição, anunciou que solicitará a países aliados o envio de “forças especiais” para ajudar na guerra contra os grupos criminosos.

O presidente também anunciou uma “aliança estratégica” com Erik Prince, fundador da polêmica empresa de segurança privada americana Blackwater, que no início de abril acompanhou uma operação policial em Guayaquil.

Quatro membros dessa companhia foram condenados nos Estados Unidos por um massacre cometido no Iraque em 2007. Em 2020, o então presidente americano, Donald Trump, ainda em seu primeiro mandato, concedeu indulto a eles.

Pelo Equador, país de cerca de 18 milhões de habitantes, transita 73% da cocaína produzida no mundo, segundo um relatório do Ministério do Interior citado pela ONU.

noticia por : UOL

segunda-feira, 21, abril , 2025 11:46
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