Colunistas opinam sobre entrevista de Bolsonaro: 'Tenta manter relevância'

Também não se vê na política findo o prazo da inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Estou com 70 anos, eu não aguento disputar eleição daqui a oito, dez anos”, disse.

Em suma: Bolsonaro espera ser condenado e não vê chance para recorrer. Não se imagina na política daqui a dez anos. Não sabe bem que apoio esperar de Trump. Não imagina que aguente uma prisão. Teve que apoiar um presidente do Senado que pode deixá-lo na mão. E agora teme que alguém capitalize a massa de direita que ajudou a formar nos últimos anos no Brasil e o deixe, além de tudo, sem levar os créditos.

Bolsonaro disse que conversas vadias que teve com comandantes militares sobre medidas a serem tomadas após a derrota nas eleições, como a decretação de um estado de sítio, ocorreram porque o TSE negou um pedido do PL para anular votos de Lula. Quis vender que, durante a sua gestão, a Presidência da República era um grande boteco no qual reuniões de caráter golpista aconteciam com a mesma frivolidade com a qual se pede uma cerveja litrão e uma porção de tremoços.

Nessa presidência café com leite, o general Mário Fernandes organiza um plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes e, depois, vai papear com Bolsonaro no Alvorada par falar da vida. “Matou a República e foi ao palácio” poderia ser a pornochanchada de realismo fantástico com base nesse roteiro.

Nessa realidade paralela, Bolsonaro aponta que a tentativa de golpe Estado se resumiu à depredação nas sedes dos Três Poderes, quando o 8 de janeiro de 2023 foi apenas a cereja do bolo de uma longa conspiração. Afirmou que, “quando o pessoal dos acampamentos chegou ali, já estava tudo depredado”, tentando fazer crer que tudo foi um teatro da esquerda. “Que golpe da Disney é esse se eu estava fora no 8 de Janeiro?”, questionou. É aquele em que ele insiste em nos tratar como patetas.

noticia por : UOL

quarta-feira, 14, maio , 2025 05:22
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