Discopédia anima o Arouche, mas estrutura da Virada Cultural é questionada

A Discopédia no Largo do Arouche foi um dos pontos de maior movimentação da Virada Cultural na noite deste sábado (24). Os DJs DanDan, Marco e Nyack comandaram a discotecagem com um repertório que foi dos clássicos dos anos 1980 aos sucessos contemporâneos, como Beyoncé, fazendo o público se envolver em passinhos coletivos inspirados no dancehall.

Mariana esteve presente com os dois filhos pequenos e o marido, e elogiou o ambiente. Para ela, a diversidade de público e a segurança chamaram a atenção. “Tem bastante diversidade. É muito seguro. Agora mais do que outras vezes, melhorou bastante a segurança de São Paulo”, afirmou.

O entorno do palco contou com uma estrutura de barracas voltadas à alimentação e ao comércio de itens artesanais, como crochê, bijuterias e peças decorativas. A maioria dos comerciantes atuava de forma independente e participou do evento pela primeira vez. Apesar de considerarem o local seguro e agradecerem à Prefeitura pelo espaço cedido, relataram baixa movimentação e vendas aquém do esperado.

“O comércio está morno. Muita pouca procura nas barracas. A Virada Cultural recebe gente de vários lugares, cada palco, cada lugar tem uma atração diferente, abre muitas oportunidades de venda”, disse Ariane Roger, vendedora de artesanato.

Fernando Ferrari e Inti Queiroz, trabalhadores da cultura, acompanharam a programação no Largo do Arouche e comentaram as mudanças no formato do evento. Para eles, a presença de palcos na periferia é relevante, mas a ausência de programação contínua durante a madrugada nesses territórios ainda é um problema. “Os palcos das quebradas não viram a noite toda, e o centro tá esvaziado. Não é mais como era há 10 anos”, comentou Fernando.

Eles também criticaram a falta de continuidade das ações culturais ao longo do ano. Inti destacou que a Prefeitura investiu cerca de R$ 56 milhões na realização da Virada Cultural, mas que o recurso não se traduz em apoio estrutural aos coletivos. “Não adianta espalhar palco e não garantir estrutura. Cultura não pode ser só uma vez por ano. Os coletivos continuam sem apoio real, enquanto o dinheiro some em grandes contratos”, afirmou.

noticia por : UOL

domingo, 25, maio , 2025 04:10
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