Se até o começo da tarde deste domingo era possível circular com certa tranquilidade pela praça Ramos de Azevedo, a situação mudou a partir das 14h, quando o palco Anhangabaú da Virada Cultural encheu por completo para o show de Liniker, programado para 16h.
A apresentação havia sido marcada primeiro para 15h, mas o horário foi alterado há dois dias. A mudança permitiu que atrasados chegassem a tempo para a performance, e eles chegavam em grandes grupos. Pela primeira vez no dia, o público disputou cada espacinho e se entulhou próximo ao palco, chegando a invadir um canteiro cercado por grades.
Liniker entrou no palco com “Caju”, faixa-título de seu último álbum, que dominou a apresentação.
Ao longo do show, a cantora demonstrou sua surpresa com o que foi, segundo ela, o maior show de sua carreira até hoje. Ela disse ter recebido a informação de que havia 120 mil pessoas no Anhangabaú. “Hoje São Paulo vai gritar muito alto para uma travesti preta”, afirmou.
O telão, até então em preto e branco, ganhou cores durante a virada dramática de “Veludo Marrom”, canção de amor entre suas mais conhecidas da nova fase. Em outro momento, a cantora trocou o figurino, até então mais formal, por um collant de brilhantes laranjas e rebolou ao som de “Negona dos Olhos Terríveis”.
De vez em quando, ela incluía o público no show fazendo repetir seus versos e melismas.
“Estou vivendo momentos da minha vida que nunca imaginei viver — até imaginei, mas era muito distante”, disse, antes de cantar “Baby 95”.
Ao cantar “Febre” e comentar com o público sobre a dimensão do show, foi louvada com fãs que gritavam seu nome e entoavam “Ela merece”. Foi às lágrimas, mas logo se recompôs para a agitada “Pote de Ouro”.
“Que bom poder celebrar com tanta gente a minha história”, disse, e encerrou o show com “Deixa Estar”, parceria com Lulu Santos cantada hoje com Paulo Zuckini, um dos cantores do coro que a acompanha.
noticia por : UOL