EDUARDA FERNANDES, DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A Justiça revogou, nesta quinta-feira (29), a prisão preventiva dos quatro policiais militares acusados de envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá. A decisão é do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal da Capital. Os réus estavam presos no batalhão da Polícia Militar desde 6 março, quando foram detidos durante a Operação Office Crime – A Outra Face.
Foram soltos Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins. Os quatro integram o Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) e foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Conforme a decisão, a prisão dos militares não é mais necessária, visto que a fase de investigação foi concluída e não há indícios de que eles tenham tentado obstruir o processo. O juiz destacou ainda que os policiais são primários, têm residência fixa, vínculos profissionais e familiares, e compareceram espontaneamente sempre que intimados.
Apesar de conceder liberdade provisória, o magistrado impôs algumas medidas cautelares aos réus, como: proibição de contato com vítimas e testemunhas, recolhimento domiciliar noturno — das 20h às 6h — e durante os dias de folga, além da apresentação trimestral de relatório das atividades laborais.
O caso
Renato Nery foi baleado no dia 5 de julho de 2024, quando chegava ao escritório de advocacia, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Ele foi atingido por sete tiros e morreu horas depois no hospital.
Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a arma usada no crime teria sido plantada posteriormente em um suposto confronto forjado pelos policiais contra três indivíduos, no bairro Pascoal Ramos, na madrugada do dia 12 de julho. Na ocasião, dois foram baleados e o terceiro conseguiu fugir.
A versão dos militares era de que os jovens estariam armados com pistolas e teriam reagido durante a abordagem. No entanto, perícia feita no local não encontrou cápsulas compatíveis com as armas atribuídas às vítimas. A investigação concluiu que a Glock supostamente usada pelos jovens foi a mesma que matou o advogado. A arma, na verdade, foi plantada pelos policiais.
Além dos quatro policiais que tiveram a liberdade concedida, outros dois militares também são investigados: Heron Teixeira Pena e Ícaro Nathan Santos Ferreira.
FONTE : ReporterMT