DO REPÓRTERMT
A recente redução da margem consignável facultativa dos servidores públicos estaduais de Mato Grosso, de 60% para 35%, determinada de forma abrupta e sem estudos técnicos aprofundados, tem causado preocupação entre especialistas e trabalhadores do setor. A medida, embora tenha como objetivo conter o superendividamento, acabou eliminando uma das linhas de crédito mais acessíveis e utilizadas pelos servidores: o crédito consignado.
Diante deste cenário, a Associação dos Correspondentes e Promotoras de Crédito do Estado de Mato Grosso veio a público manifestar-se em defesa dos servidores e da categoria. A entidade apresentou formalmente aos deputados estaduais e federais uma proposta de redução escalonada da margem consignável, a ser realizada de forma progressiva ao longo dos anos, acompanhando os reajustes anuais (RGA) concedidos aos servidores.
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“A proposta tem como foco central preservar o acesso dos servidores ao crédito emergencial com as menores taxas do mercado, sem comprometer o equilíbrio financeiro e evitando a exclusão de milhares de trabalhadores do setor”, destaca a associação. Atualmente, mais de 10 mil pessoas atuam formal e informalmente como correspondentes bancários em Mato Grosso, sendo uma importante engrenagem da economia local.
A proposta da entidade já começou a receber apoio político. O deputado estadual Paulo Araújo recebeu a diretoria da associação e acolheu prontamente o projeto de redução escalonada das margens. O parlamentar demonstrou sensibilidade à causa e se comprometeu a acompanhar de perto a tramitação da proposta.
Também o deputado estadual Juca do Guaraná expressou total receptividade. “Ele compartilhou conosco a importância de encontrar um equilíbrio responsável na regulamentação da margem, de modo que o servidor e o livre mercado não sejam penalizados”, ressaltou a entidade.
O deputado estadual Wilson Santos, por sua vez, solicitou informações técnicas e sugestões da associação. Durante a reunião, foram apresentadas propostas não apenas para a redução escalonada da margem, mas também para a regulamentação da portabilidade do cartão de crédito consignado e cartão de crédito benefício com taxas reduzidas, garantindo segurança, agilidade e manutenção da competitividade entre instituições financeiras.
Como desdobramento das articulações políticas, foi convocada uma audiência pública para o dia 17 de junho, às 9h, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com o objetivo de discutir amplamente o tema e ouvir todas as partes envolvidas.
A associação reforça que seu objetivo é combater os abusos, corrigir distorções, evitar o superendividamento dos servidores, sem eliminar o acesso ao crédito consignado — atualmente a forma mais barata e segura de financiamento para a categoria. Ao mesmo tempo, a proposta visa evitar o fechamento de empresas e o desemprego de milhares de trabalhadores que atuam nesse importante segmento do crédito.
FONTE : ReporterMT