Israel realizou uma série de ataques contra o Teerã, capital do Irã, na última sexta-feira (13). A ação foi classificada por autoridades israelenses como “ataque preventivo” em uma “ameaça iminente”. O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones. Pelo menos 224 pessoas no Irã, e 14 em Israel, morreram nos três dias de confrontos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais que o objetivo dos recentes ataques ao Irã é “frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós”. Ele frisou ainda que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país.
Ao Canal UOL, o professor relembrou outros exemplos de regimes que foram derrubados e o que aconteceu depois.
Se a gente lembrar, por exemplo, da última vez que a gente viu uma potência atuando para mudar o regime de um país, que foi a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003, houve uma dificuldade após aquele momento. Ou seja, a guerra em si, a derrubada do Saddam Hussein, não foi uma dificuldade. Uma dificuldade foi o que veio depois.
Nós vimos algo semelhante na Líbia, a queda do [Muammar] Kadhafi. Não foi uma grande dificuldade. A dificuldade é o que veio depois e ainda hoje a Líbia é um estado falido sem um governo central articulado.
A gente tem visto, em certa medida ainda, o que aconteceu na Síria, que ainda não teve o mesmo destino, no sentido de uma desorganização completa. Isso tem até surpreendido. Então, creio que o Netanyahu aposta que o Irã seguiria o caminho mais da Síria. Carlos Gustavo Poggio, professor e especialista em Relações Internacionais
noticia por : UOL