DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A mãe do bebê Vicente Camargo, de 5 meses, que morreu em abril do ano passado, em uma creche de Várzea Grande, voltou a criticar a decisão da Justiça de Mato Grosso que condenou a proprietária do Espaço Criança Feliz, Hannah Claudia Figueiredo, e a funcionária do local, Lohaine Cristina Santana Figueiredo, à pena de um ano de prisão.
A condenação aconteceu em novembro do ano passado e a decisão foi proferida pelo juiz Abel Balbino Guimarães, da 4ª Vara Criminal de Várzea Grande.
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De acordo com a decisão, as duas foram condenadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por terem batido acidentalmente a cabeça do bebê em uma quina de mármore.
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Para Karine, a pena estabelecida foi a mínima possível diante da gravidade do acontecido.
“Não me conformo, a pena foi mínima. Elas deveriam ficar na cadeia. Eu acreditava que a condenação seria muito maior que isso”, declarou em entrevista ao .
A defesa da mãe de Vicente ingressou com um recurso pedindo revisão da condenação. Entretanto, o caso ainda não foi julgado.
“Ainda estamos aguardando para ver se a pena vai ser alterada ou não. Espero que seja alterada e que sejam punidas de forma mais justa e mais rigorosa”, acrescentou.
Relembre o caso
Vicente morreu no dia 17 de abril após acidente sofrido dentro da creche, localizada no Bairro Marajoara. Ele havia sido matriculado poucos dias antes do acontecido. À polícia, funcionários da creche alegaram que Vicente poderia ter morrido após se engasgar com leite. Porém, o atestado de óbito identificou que o menino teve um traumatismo craniano por objeto contundente.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), uma das proprietárias confessou em interrogatório que provocou, sem intenção, a lesão na cabeça da criança, que bateu o crânio em uma quina de mármore, o que ocasionou o traumatismo e levou o bebê à morte.
Nas redes sociais, na época, a dona da creche explicou que o acidente aconteceu quando tentavam socorrer o menino que supostamente teria se engasgado.
“A testa do bebê foi batida na hora do socorro, na hora do desespero tentando desafogá-lo. Achávamos que ele estava afogado”, diz outro trecho de publicação.
Denúncias de maus-tratos
Após a morte de Vicente outras mães de alunos e ex-alunos da unidade denunciaram outras situações.
Durante uma manifestação na porta da unidade, dias após a morte de Vicente, a professora Soyanne Arruda, que também tinha um filho matriculado no berçário Espaço Criança Feliz, no bairro Marajoara, em Várzea Grande, contou que chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a instituição em função de maus-tratos contra o filho dela.
“Aconteceu de algumas vezes ele chegar com alguns hematomas em casa e a gente perguntar de fato o que aconteceu, se caiu, se machucou e a gente sempre soube que aqui tem câmera. Quando a gente fez a matrícula ela falou ‘caso vocês precisem do registro da câmera…’, tanto que eu tenho no meu celular até hoje isso. Quando ele machucava nunca tinha como mandar para a gente olhar, nunca. Nunca conseguiu nos enviar”, contou.
FONTE : ReporterMT