10 anos após epidemia de zika, mães de vítimas lidam com sequelas e dívidas

De 2017 para piorou, diz líder

Equipe avalia crianças com necessidade de cirurgia no Recife
Equipe avalia crianças com necessidade de cirurgia no Recife Imagem: Arquivo pessoal

Germana Soares é uma das fundadoras da União Mães de Anjos, de Pernambuco, que luta para melhorar as condições de tratamento dessas crianças. “Estava tudo fluindo relativamente bem, com uma assistência até aceitável, até a Zika sair da emergência pública, em 2017. De lá para cá, é só ladeira abaixo”, conta.

A partir dali, as crianças começaram a sofrer com descaso, que as levou a uma condição de indignidade, de ausência de qualidade de vida. Começou então o maior número de óbitos, que estão ligados diretamente à falta de assistência e de suporte.
Germana Soares

Ela cita que não há serviços descentralizados, nem profissionais capacitados em número suficiente. “A gente luta basicamente pelas mesmas coisas de dez anos atrás. Não conseguimos melhorar a assistência, nem a saúde, nem a inclusão”, diz.

O que eu digo para as mães que possam vir a viver essa realidade: vão falar que seu filho não vai viver nem três meses ou um ano. Nós também passamos por isso, mas diagnóstico não é destino! Meu conselho é que elas exponham suas dificuldades, botem a boca no trombone. Se essa criança não pode andar nem falar, essa mãe tem que falar e andar por ela. Ela tem que ter voz, porque, se se esconder dentro de casa, não vamos conseguir uma sociedade mais inclusiva.
Germana Soares

noticia por : UOL

sábado, 10, maio , 2025 01:53
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